Alocação percentual em BTC e outros ativos
Ao ver os percentuais alocados em cada criptomoeda, talvez você fique surpreso com o fato do Bitcoin (BTC) representar uma fração pequena em relação ao total. Na realidade, apesar de representar uma fração pequena do total, o BTC situa-se entre as primeiras criptomoedas em todos os portfólios sugeridos em carteiras de investidores.
Talvez o fato do BTC não representar sozinho mais de 50% do meu portfólio seja o motivo da surpresa, afinal muitas pessoas recomendam que a maior parte do seu capital esteja alocada em Bitcoin. Mas é preciso considerar alguns pontos importantes:
Primeiro que a maioria dos investidores que possuem um grande percentual alocado em BTC investem em poucas moedas, então distribuir um grande percentual para o BTC não prejudica o portfólio. O youtuber Sunny Decree, por exemplo, já revelou que investe mais de 70% em BTC, porém ele tem apenas 10 criptomoedas em seu portfólio e aloca 1% para várias dessas, afinal ele é um maximalista. Comparando com o portfólio do conservador que eu criei aqui, a alocação em BTC ficou em 40%, o que também é um percentual grande em se tratando de apenas 10 moedas.
É importante compreender que eu não considero o investimento em BTC algo ruim, muito pelo contrário, acredito que seja o investimento mais seguro em se tratando de criptomoedas isoladamente. O Bitcoin continua sendo o símbolo máximo de descentralização e oposição ao sistema político-bancário atual, e é importante que continue assim para o ecossistema de criptomoedas crescer de forma saudável. A mídia não conseguiria digerir outras moedas superando o Bitcoin em um curto período de tempo, haveria uma falta de ícone/identidade para esse movimento, com uma possível desconfiança, o que talvez prejudicasse o setor. Até mesmo portais financeiros de prestígio já estão lentamente fazendo apologia a criptomoedas, e quase sempre o Bitcoin não aparece sozinhos nos portfólios.
Felizmente, o Bitcoin segue evoluindo sem perder suas características, contornando as limitações e trazendo soluções importantes para seus maiores problemas, como a escalabilidade. Eu torço para que o Bitcoin evolua o máximo possível e se mantenha liderando a corrida das criptomoedas por um bom tempo, até o mercado ajustar as regulamentações e ter confiança nesse setor, permitindo uma adoção massiva. Depois disso, o Bitcoin terá cumprido seu papel.
Falando assim até pode parecer que eu acredito no Bitcoin como sendo um agente provisório. Mas eu não acho que o Bitcoin irá “morrer” um dia, não consigo imaginar isso nesse momento, apenas creio que não necessariamente o Bitcoin será a maior criptomoeda para sempre. O BTC foi a primeira demonstração de que é possível se ter dinheiro sem bancos e sem sistema político centralizado. Qualquer pessoa que tenha estudado como o Bitcoin funciona sabe disso. O mundo precisa dessa opção. Por ser o primeiro, é evidente que não nasceu perfeito, apesar de extremamente sofisticado. Satoshi Nakamoto não é a única mente brilhante desse planeta; inclusive ele acreditou que poderia passar o bastão adiante. Certamente ele sabia que o sistema seria aperfeiçoado no futuro e se adaptaria aos novos contextos.
No início, haviam poucas pessoas dedicadas a contribuir para a evolução desse projeto, hoje já existem milhares de programadores e cientistas espalhados pelo mundo todo que, nesse exato momento, estão criando soluções descentralizadas. A curva de conhecimento e inovação só cresce, exponencialmente.
Sob essa ótica, seria presunçoso demais definir que o projeto A ou B irá ser o maior, inclusive o Bitcoin. Como já comentei no início desse artigo, o Bitcoin é o mais seguro e confiável desse setor, porém isso não significa que ele seja mais seguro do que em um portfólio que contém diferentes projetos (incluindo o BTC), pensando em longo prazo.
Então existem dois motivos pelos quais o BTC não predomina absolutamente em meu portfólio: